segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sociedade católica sobre o uso de células tronco.



No dia 05/03/2008 o Supremo Tribunal Federal irá julgar sobre a legalidade de se utilizar células-tronco embrionárias em pesquisas que viabilizem sua utilização terapêutica. Mas afinal, o que são células-tronco?
As “stem cells” ou, simplesmente, células-tronco, são células indiferenciadas, ou seja, ainda não tem uma função definida, e podem assumir diversos tipos celulares, dando origem a todos os tipos de tecidos. O que define essa diferenciação é justamente a migração dessas células para o seu local determinado. Tais células podem ser encontradas nos embriões, nas células do cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, na córnea e retina, na polpa do dente, no fígado, na pele, no trato gastrintestinal e no pâncreas.
Pesquisadores defendem o uso de células-tronco embrionárias alegando que, no estágio em que os embriões são utilizados (blastocísticos), não podem ser caracterizados como vida humana, ou que seriam embriões inviáveis. Parece esquecerem que a vida começa na fecundação, no momento em que o material genético masculino e feminino se encontram e se misturam (no processo chamado anfimixia). A fusão desses gametas é o ápice desse processo, e caracteriza o início de uma história, de uma vida, de um novo ser. Independente do estágio em que se encontra, todo embrião é totalmente viável. Se houve fecundação, há vida. Começa com uma célula, pequenina, com seus 46 cromossomos (normal do ser humano), e que se multiplica até encontrar o porto seguro no endométrio para fixar-se e seguir o seu desenvolvimento. Logo após a fertilização, que é o resultado de vários processos biológicos, ocorre a ativação metabólica da célula-ovo, chamada zigoto, deixando-o viável às sucessivas divisões celulares e ao desenvolvimento embrionário subseqüente. Ao contrário do que alegam esses defensores do uso de embriões, que a vida só começa com a presença dos primórdios do sistema nervoso (14º dia), podemos verificar efetivamente atividades celulares que indicam a vida desse ser já na primeira semana de desenvolvimento, como a Na+/K+ ATPase (a chamada bomba de sódio e potássio), importantíssima para a sobrevivência celular, logo, fundamental para a vida. Outro fato importante é a presença, bem antes desses mesmos 14 dias, do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) usado em testes confiáveis de gravidez.
Como dizer que esse embrião, em estágio inicial não é viável? O Catecismo da Igreja Católica nos diz que “devem ser consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitam a vida e a integridade do embrião e não acarretam para ele riscos desproporcionados, mas visam à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual; é imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível” (CIC nº2274).
Também no Código de Nuremberg ficou determinado que “não deve ser conduzido qualquer experimento quando existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez permanente”.
Não podemos aceitar que a lei permita o uso desses embriões, seres indefesos, em nome de uma ciência que mata. Se há outros meios de se obter as células-tronco (e há) que não venham a ferir a moral, por que usar embriões?

Profª. Viviane Teixeira Seidel
Bióloga
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