segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cientistas fazem esperma a partir de células-tronco embrionárias .



Cientistas japoneses conseguiram criar uma linhagem de descendentes férteis de camundongos a partir de esperma criado em laboratório. O material, feito a partir de células-tronco embrionárias de camundongos, foi diferenciado primeiramente nas chamadas células germinativas primordiais (CGP), que dão origem aos espermatozóides e óvulos.

“Para nós o aspecto mais importante deste estudo é que agora conseguimos gerar uma quantidade abundante de CGPs. É importante também o fato de que as células germinativas primordiais que geramos em laboratório deram origem a esperma capaz de gerar descendentes”, explicou ao iG Mitinoru Saitou, da Univesidade de Kyoto, no Japão, e que liderou a pesquisa publicada hoje (4) no periódico científico Cell.

Para verificar que o esperma era sadio, a equipe de pesquisadores precisou fazer uma série de testes. Primeiro, eles transplantaram o CGPs em camundongos estéreis, que não conseguiam produzir esperma. Como resultado, os animais passaram a produzir esperma capaz de gerar descendentes. Em seguida, óvulos de camundongos foram fertilizados com o esperma e o embrião resultante foi então implantado em uma fêmea. Semanas depois, ela deu a luz a descendentes machos e fêmeas que se tornaram adultos férteis.

“As CGPs in vivo [ao natural] existem em número muito pequeno e são muito difíceis de estudar. Agora que conseguimos gerá-las em abundância podemos analisar o mecanismo de formação de uma célula germinativa em muito mais detalhe do que anteriormente. Isto, por sua  vez, pode levar a uma melhor identificação das causas da infertilidade”, afirmou Saitou.

Óvulos de laboratório
O próximo passo do trabalho será tentar fazer o processo similar para óvulos. A equipe quer criar os óvulos em laboratório e fertilizá-los com os espermatozóides cvriados a partir da CGPs para gerar descendentes férteis.

Saitou acredita que ainda vai demorar alguns anos para que a mesma técnica possa ser utilizada em humanos. “É possível que a técnica seja usada em humanos, mas a aplicação dela envolve muito mais trabalho, tempo e um debate ético”, afirmou.

Fonte:
G1- Globo

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